A história é a memória de um povo
domingo, 10 de julho de 2011
Indico-te um imperdível filme argentino.
Para tua alma sedenta por alimento e escuta.
Me parece
sábado, 9 de julho de 2011
Me parece que hoje em dia nós somos o que temos
Me parece que não importa mais o ser, mas sim o ter
Me parece que a alegria tomou forma e o amor perdeu paixão
Me parece que a tristeza está efêmera e a raiva está com medo
Me parece que o mundo está acabando e as pessoas nem aí
Me parece que essa gente é pouca gente, mesmo dentro de tanta gente
Me parece que a criança não quer mais ser herói, ela quer ser muito rica
Me parece que a vida é mais pequena, mesmo em anos ser maior
Me parece que a poesia perdeu espaço, mesmo o mundo mais solitário
Me parece que o beijo de cinema perdeu lugar pra violência da razão
Me parece que os sentimentos são escassos e a vontade agora é líquida
Me parece que o dinheiro vem e vai, e as personalidades vão e vem
Me parece que mais me vale escrever para não chorar
Mas me parece tanta coisa que nem sei como continuar.
O Menino Dançarino, de Camila Scherma
domingo, 3 de julho de 2011
O MENINO
Os pés de milho balançavam ao ritmo do vento. Silêncio. Os passos do menino eram ouvidos já agora e o som deles ia aumentando e ficando mais próximos. Com os braços curtos e finos afastava as folhas e os olhos ávidos checavam ainda pela última vez se não havia ninguém por perto. Já entre os pés de milho, as folhas iam se fechando atrás do menino, que agora se preparava para o espetáculo. Uma espiga servia-lhe de microfone, a plateia era composta pelos pés de milho, únicos espectadores de espetáculos únicos. A voz do menino se soltava da garganta e ecoava o desejo de ser artista. Os braços se levantavam, os pés giravam, a cabeça para trás, para cima, para um lado, para outro. O corpo rodopiava, chacoalhava-se, corria entre as plantas-plateia no milharal. Cantava. Dançava. Interpretava. E no meio do espetáculo os sonhos se alimentavam daquela seiva de menino que não tem medo de se ver outro, como um homem das artes. Sonhava. No fim do espetáculo, os pezinhos descalços do menino iam pisando a terra satisfeitos do show que haviam ajudado a apresentar. As mãos agora já não seguravam a espiga-microfone para dar conta de afastar do rosto sonhador as folhas cortantes. O milharal agora ficava para trás, escondendo o palco que abrigava os momentos de cantor, ator e bailarino do menino. E o cotidiano pacato desse menino ia conhecendo minutos do extraordinário. Um extraordinário que rompia esse cotidiano ao mesmo tempo em que projetava um futuro para o protagonista dos espetáculos aos pés de milho.
O menino já não mora mais ao lado de sua mais fiel plateia. O milharal já não é mais vizinho nem espectador do menino. Mas a semente do artista ainda conserva em si a força para germinar e crescer no homem dos palcos e das artes. Os palcos agora têm cortinas vermelhas. Os microfones agora já não têm mais grãos amarelos e propagam a voz do menino a uma plateia diversa da dos tempos de miúdo. Os braços ainda se levantam e giram e balançam e alcançam sonhos cada vez mais concretos. A cabeça ainda sobe, desce, gira, pensa, sonha. Os olhos abrem suas cortinas e revelam o brilho que reflete a satisfação dos pés que agora pisam outros palcos, outras estradas, outras terras. A boca propaga um jeito de ver o mundo como muita gente não vê. Os ouvidos ouvem vozes como aquelas do filósofo russo que em tudo ouvia vozes. E o menino dança, rodopia, pula, corre, ri, olha e vê. A plateia aplaude, se levanta, aplaude, aplaude e vê. Vê o menino. O menino que ainda dança. Dança com a vida. O extraordinário agora não rompe só com o cotidiano do menino em seu palco secreto. O extraordinário agora vai aparecendo no cotidiano daquela plateia que participa dos sonhos do menino. Co cotidiano e o extraordinário. Um extraordinário cotidiano de lutas, de batalhas, de trabalho, de derrotas. Um extraordinário cotidiano de busca por forças que sejam capazes de constituir o menino.
Bem longe desses novos palcos, nessas terras distantes e diversas, o milharal repousa no silêncio. Sem som, sem dança, sem os sonhos. Mas o primeiro palco do menino continua lá. A plateia do menino continua lá, em pé. Pronta para os aplausos. Mas... e o menino? O menino? ... Eis o nosso menino: é homem já. E não é que ele voltou doutor?
Sobre a autora: Camila Caracelli Scherma. É doutoranda em Linguística pela UFSCar - Linguagem e Discurso. Professora de Ensino Fundamental na Cidade de Leme/SP.
Sobre o Menino: O crônica poética acima é sobre Hélio Márcio Pajeú, também doutorando pelo programa da UFSCar. Pernambucano. Ator. Dançarino. Que quando pequeno ao sair do sertão prometeu ao pai voltar doutor para casa. E sabemos de perto que os passos que anda dando é de disciplina, mas promotores de leveza e sorrisos aos que com ele convivem.
A bela menina da Régis
sábado, 2 de julho de 2011
Das mais belas estradas do meu país
Viajo na tortuosa e esburacada Régis Bittencourt
Ah ! Não é a toa que te chamam de morte
Maldita seja, que não me deixa ler nem ver
E a poesia aqui ? Sai mais torta que quando a estrada é reta
É, pois minha poesia não é das mais retas
E a maldita Régis, maldita seja ! Atrapalha mais !
A moderna pena mal encosta no papel
E lá vem buraco ! Malditos sejam os buracos !
Mas que ideia incrível esta minha
Escrever poesia no assento de um ônibus
Ah ! Meu caro leitor, não sabe o que é passear pela serra
Mas não me refiro ao passeio de chão não !
Me refiro ao passeio de versos que essa mata esconde
Passeios trilhados, magníficos e desgraçados
Onde somente o poeta é capaz de andar !
As pessoas da minha carruagem são quietas
Com exceção da linda criança que aos prantos chora
Criatura mais bela a criança, ingênua e sábia !
Diria que de todas as crianças nascem poesias
Mas seria dizer demais sobre algo que, de decifrar, sou incapaz...
Mais cedo disse a um grande amigo meu
Que clima melhor não há, que o frio da mata para ler um bom livro
É...gostaria de achá-lo agora para completar meu dizer
Pois clima melhor não há, que o frio da mata para escrever poesia
Meu ônibus saiu da serra e agora adentra às pequenas cidades do Vale
Ah ! Só lembranças me trazem essas cidades do Rio Ribeira
Saudades de quando fui criança como a bela menina que insiste a chorar
Naquela época não escrevia poesia
Mas posso dizer que minha mente, ingênua e sábia de criança
Fora capaz de produzir sorriso nas faces de mil e um poetas
Sei disso, pois a minha face não é outra que um belo sorriso
Quando escuto a linda menina chorar
Ela sabe que gosto dela, mas esconde o seu saber
Na inocência da idade
É...
No final das contas a Régis não é tão maldita
A Régis de hoje me apresentou um caminho tortuoso
Cheio de poesia, lembranças e uma linda criança
Não sei o nome dela, e sei que ela jamais lembrará de mim
Mas eu sei, que por toda minha vida
Dela hei de lembrar
E quando eu chorar
Vou querer sempre recordar
Daquela infância de algum tempo atrás
Quando eu era poeta e um pouquinho mais.
Receita de amigo
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Caso de amor de luz
Quando um poema se torna uma canção
sábado, 18 de junho de 2011
Dificilmente se encontra um poema transformado em canção com tamanha complemetariedade: harmonia, efeitos poéticos mantidos e musicalidade.
Fagner o fez com "Canteiros" de Cecília Meirelles.
Mas, Zeca Baleiro superou ao transformar o poema de E.E. Cummings.
Ausculte!
nalgum lugar em que eu nunca estive,alegremente além
de qualquer experiência,teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos,nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente,misteriosamente)a sua primeira rosa
ou se quiseres me ver fechado,eu e
minha vida nos fecharemos belamente,de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;
nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade:cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira
(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre;só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva,tem mãos tão pequenas
( tradução: Augusto de Campos)
E. E. Cummings - Falecido aos 67 anos de idade, e. e. cummings pertence à estirpe dos inventores da poesia moderna, ao rol daqueles poucos que realmente transformaram a linguagem poética de nosso tempo, em sintonia com o prospecto de uma civilização cujos crescentes progressos científicos vão abolindo vertiginosamente as fronteira entre a realidade e a ficção.
Abominado por críticos e poetas conservadores , cummings mereceu, em contrapartida, a admiração de escritores do porte de Marianne Moore, William Carlos William, John dos Passos e Ezra Pound.
Eclipse Lunar
quinta-feira, 16 de junho de 2011
O Testamento de um poeta é sua prece.
O que não tenho e desejo
É que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros — perdi-os...
Tive amores — esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado,
Foram terras que inventei.
Gosto muito de crianças:
Não tive um filho de meu.
Um filho!... Não foi de jeito...
Mas trago dentro do peito
Meu filho que não nasceu.
Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!
Não faço versos de guerra.
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta em que não lutei!
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Cantar de Caê
terça-feira, 14 de junho de 2011
Só pra cair em si e sair menos só
Só pra ver que dá pé – fazer fé no gogó
Pra gritar essa luz e calar o revés
Pra amar, fazer jus, sem porém, sem atés,
Só cantar:
pra sofrer, pra parar, pra acordar, pra acudir,
pra doer, pra doar, pra sangrar, pra seguir,
pra sarar, pra sorrir, pra vocês e pra nós.
Pra ter vez, pra ter paz, pra ter cor, pra ter giz
Ter pincéis, ter cartaz, ter contorno e verniz,
Ser voraz, ser veloz, ser atroz, ser atriz:
Ter o céu rente à voz
Pra despertar o bis.
Cantar é atar nós
E desatar, feliz.
Bruna Caram | voz e kazuo
Caê Rolfsen | violão e voz
Bruno Prado | derbak
Obs:
Salve a bendita qualidade de Caê e os seus!
Araraquara tem algumas coisas que ficam marcadas para sempre.
Fui criado por lá. Parte da infância, parte da pré -adolescência, e parte da Adolescência.
Isto por que boa parte morei em Curitiba, São Paulo, São Carlos, Três Pontas.
Mas guardo Araraquara como lugar de minha formação.
Os caminhos, os descaminhos e principalmente minha crítica ao estado de coisas.
Araraquara sempre me pareceu a velha "Filhorda" do romance Zero de Ignácio de Loyola Brandão.
Livro publicado na Itália em 1976 por causa da ditadura militar, mas depois publicado no Brasil após abertura.
O Livro traz uma cidade que vive de status e Hipocrisia Burguesa - este é um dos pleonasmos mais fáceis de entender.
Uma sociedade que vive de imagem, do ter o que não tem. Do ser o que não é. Porém, os anos 90 foram extramamente produtivos à minha formação.
Em Araraquara tudo chegava fácil. Notícias, discos, boa música. Bons shows. Bons e maus amigos.
Fui crescendo ali. Viajando, voltava e ali crescia.
Entre as praças e ruas arborizadas, corri, pedalei, andei de skate e muito ando ainda e sempre respiro qualidade em Araraquara.
E a qualidade vinha dos amigos.
Violão no braço. Olhar sereno. Sorriso de canto. Alma feliz.
Na casa dele abria o songbook do Djavan. E fazia de cada acorde um sílaba como Djavan, porém melhor.
Ele reinventava Djavan, aos 17 anos, na minha frente com uma destreza de menino brincando com os limites.
Mostrou-me uma canção que fizera a um andarilho que passara por sua nada modesta porta.
Conversou com o moço, descobrira seu nome - Milton - e descobrira sua vida.
Virou canção. Deu o nome a ela de "Mil Tons de Nascimento".
E é uma das mais belas canções que já ouvi. Brotando ali na minha frente.
Caê daquele dia em diante, nunca mais saiu das minhas retinas.
Cativou a mim, pela hombridade, humildade e talento.
E todo música que faz reflete a luz com que me cativou, e oxalá fará com muita gente!
Salve Caê!
Salve Qualidade!
Parabéns Pessoa
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Certas coisas que ouço...
domingo, 12 de junho de 2011
Têm certas coisas que não cabem em nomes.
E a letra já diz tudo!
Elaborando
sábado, 11 de junho de 2011
Não sei, enquanto elas discutem eu faço poesia.
O céu declara seu azul ao mar
terça-feira, 31 de maio de 2011
Deixa que os olhos falem
como o céu declara
seu azul ao mar
Deixa que eu me cale
como o sol desmaia
ao te ouvir passar
Deixa que a vida corra
nessa veia solta
de não temer a dor
Deixa que o sonho venha
sem que pegue senha
pro sincero amor
Deixa que tudo aconteça
sem que em nada esqueça
como sorrir melhor
Deixa que a noite caia
e o luar distraia
meu cantar menor
Deixa que os olhos beijem
como a nuvem sufoca
o febril amanhecer
Deixa que os olhos se fechem
como uma porta aberta
para o bel prazer
Deixa que a pele cante
como a terra dança,
sob os sonhos meus
Deixa que o mundo dance
Como o amor canta
sobre os olhos teus.
[ Deixa. In: O Gosto do Quando. Pedro & João Editores. São Carlos, 2011.]
Ira de mentira
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Deixe ser o que ele é: livre a brincar.
"O seu amor
Ame-o e deixe-o livre para amar
Livre para amar
Livre para amar
O seu amor
Ame-o e deixe-o ir aonde quiser
Ir aonde quiser
Ir aonde quiser
O seu amor
Ame-o e deixe-o brincar
Ame-o e deixe-o correr
Ame-o e deixe-o cansar
Ame-o e deixe-o dormir em paz
O seu amor
Ame-o e deixe-o ser o que ele é
Ser o que ele é"
obs: Tempos Aureos da MPB em uma letra a ser ouvida com dedicação e reflexão.
Afinal, há coisa mais inteira que deixar o amor livre para correr, brincar, cansar, e dormir em paz?
É só deixar ser o que ele é.
Bailarina
domingo, 29 de maio de 2011
Eles, pagantes com olhinhos de bolinha de gude esticavam o riso que ecoava pelo teatro
A bailaria era uma mocinha, uma mocinha bem meiga
Mocinha cativante, dessas que comovem um milhão de pessoas em segundos
Ela dava piruetas pelo salão...
Ah bailaria, se eu tivesse a sua leveza.
Cansei
Cansei de escrever e não ser lido
Cansei de explicar e não ser entendido
Cansei de provar e ser desmentido
Cansei de escutar e ficar calado
Cansei de lutar e ser derrotado
Cansei de amar e não ser amado
Cansei de fazer e estar errado
Cansei de cair e nunca subir
Cansei de mentir e não assumir
Cansei de fingir pra vê-los sorrir
Cansei de tentar e não conseguir
Cansei de sonhar e ter que esquecer
Cansei de pensar e não poder dizer
Cansei de chorar, cansei de sofrer
Cansei de me importar e deixar de viver.
Para os dias de inverno
sábado, 28 de maio de 2011
Parei para espia-la.
Suas mãos firmes e macias trabalhavam sincronicamente,
e o cachecol assim tomava forma.
Era uma cor viva,
um modelo extraorniário assim como as fábulas de Poe.
Acomodei-me na janela
E assim que me viu, ela sorriu simpaticamente.
Senti como se fosse Maria, minha bisa,
e meu coração sentiu-se confortavel ao olhar a senhora.
Em um ato confuso ela se levantou, com um pouco de dificuldade, afirmo.
Veio ao meu encontro,
pegou minhas mãos e não disse absolutamente nada,apenas sorriu.
Me observou por uns dois minutos e,
deslisou sua mão por minha face maquinalmente e retirou de seu pescoço um cachecol verde que o recobria...Era lindo e elegante,
E sem dizer nada o enrolou em mim...
Eu sorri como forma de agradecimento
Ela saiu caminhando novamente até poltrona macia,
Sentou-se e disse : 'Faz muito frio ai fora'
Pizza da madrugada
A arte de [des]inventar
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Hermeto é um [des] inventor da música.
Foi capaz de escrever 365 músicas em 365 dias.
Um gênio, um mágico, um ser além das regras da música, pois as conhece e as transcende.
Um gênio não treina, joga.
Elis tinha a capacidade de [des]construir uma canção para torna-la mais bela.
Fazer das coisas algo mais belo, é função de poetas como Drummond que sabem o que fazem ["tornei outras mais belas"].
Há uma [des] invenção de Garota de Ipanema que move o nosso olhar.
Desinventa nosso modo de pensar.
Desinventa o mundo, só com o ouvir e ver, deixando o sorriso no canto da face.
Hermeto e Elis jogam com a desinvenção.
E instauram a arte com seu sabor primordial, o lúdico acima das regras.
boa ausculta!
Breu a breu
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Florestas de palavras
Em cada semente há a potência do tempo de erguer florestas;
como em cada poema, a mesma substância dos sonhos move cada palavra.
É como se o passo já previsse o caminho.
Ou como cada partícula tua já prevesse, meu nome.
Como se cada verso guardasse uma sabedoria,
de reencontrar na palavra, todos os sonhos;
e eu, guardo o gosto e seus pronomes.
Fabrício César