Receita de amigo
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Caso de amor de luz
Quando um poema se torna uma canção
sábado, 18 de junho de 2011
Dificilmente se encontra um poema transformado em canção com tamanha complemetariedade: harmonia, efeitos poéticos mantidos e musicalidade.
Fagner o fez com "Canteiros" de Cecília Meirelles.
Mas, Zeca Baleiro superou ao transformar o poema de E.E. Cummings.
Ausculte!
nalgum lugar em que eu nunca estive,alegremente além
de qualquer experiência,teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos,nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente,misteriosamente)a sua primeira rosa
ou se quiseres me ver fechado,eu e
minha vida nos fecharemos belamente,de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;
nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade:cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira
(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre;só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva,tem mãos tão pequenas
( tradução: Augusto de Campos)
E. E. Cummings - Falecido aos 67 anos de idade, e. e. cummings pertence à estirpe dos inventores da poesia moderna, ao rol daqueles poucos que realmente transformaram a linguagem poética de nosso tempo, em sintonia com o prospecto de uma civilização cujos crescentes progressos científicos vão abolindo vertiginosamente as fronteira entre a realidade e a ficção.
Abominado por críticos e poetas conservadores , cummings mereceu, em contrapartida, a admiração de escritores do porte de Marianne Moore, William Carlos William, John dos Passos e Ezra Pound.
Eclipse Lunar
quinta-feira, 16 de junho de 2011
O Testamento de um poeta é sua prece.
O que não tenho e desejo
É que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros — perdi-os...
Tive amores — esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado,
Foram terras que inventei.
Gosto muito de crianças:
Não tive um filho de meu.
Um filho!... Não foi de jeito...
Mas trago dentro do peito
Meu filho que não nasceu.
Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!
Não faço versos de guerra.
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta em que não lutei!
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Cantar de Caê
terça-feira, 14 de junho de 2011
Só pra cair em si e sair menos só
Só pra ver que dá pé – fazer fé no gogó
Pra gritar essa luz e calar o revés
Pra amar, fazer jus, sem porém, sem atés,
Só cantar:
pra sofrer, pra parar, pra acordar, pra acudir,
pra doer, pra doar, pra sangrar, pra seguir,
pra sarar, pra sorrir, pra vocês e pra nós.
Pra ter vez, pra ter paz, pra ter cor, pra ter giz
Ter pincéis, ter cartaz, ter contorno e verniz,
Ser voraz, ser veloz, ser atroz, ser atriz:
Ter o céu rente à voz
Pra despertar o bis.
Cantar é atar nós
E desatar, feliz.
Bruna Caram | voz e kazuo
Caê Rolfsen | violão e voz
Bruno Prado | derbak
Obs:
Salve a bendita qualidade de Caê e os seus!
Araraquara tem algumas coisas que ficam marcadas para sempre.
Fui criado por lá. Parte da infância, parte da pré -adolescência, e parte da Adolescência.
Isto por que boa parte morei em Curitiba, São Paulo, São Carlos, Três Pontas.
Mas guardo Araraquara como lugar de minha formação.
Os caminhos, os descaminhos e principalmente minha crítica ao estado de coisas.
Araraquara sempre me pareceu a velha "Filhorda" do romance Zero de Ignácio de Loyola Brandão.
Livro publicado na Itália em 1976 por causa da ditadura militar, mas depois publicado no Brasil após abertura.
O Livro traz uma cidade que vive de status e Hipocrisia Burguesa - este é um dos pleonasmos mais fáceis de entender.
Uma sociedade que vive de imagem, do ter o que não tem. Do ser o que não é. Porém, os anos 90 foram extramamente produtivos à minha formação.
Em Araraquara tudo chegava fácil. Notícias, discos, boa música. Bons shows. Bons e maus amigos.
Fui crescendo ali. Viajando, voltava e ali crescia.
Entre as praças e ruas arborizadas, corri, pedalei, andei de skate e muito ando ainda e sempre respiro qualidade em Araraquara.
E a qualidade vinha dos amigos.
Violão no braço. Olhar sereno. Sorriso de canto. Alma feliz.
Na casa dele abria o songbook do Djavan. E fazia de cada acorde um sílaba como Djavan, porém melhor.
Ele reinventava Djavan, aos 17 anos, na minha frente com uma destreza de menino brincando com os limites.
Mostrou-me uma canção que fizera a um andarilho que passara por sua nada modesta porta.
Conversou com o moço, descobrira seu nome - Milton - e descobrira sua vida.
Virou canção. Deu o nome a ela de "Mil Tons de Nascimento".
E é uma das mais belas canções que já ouvi. Brotando ali na minha frente.
Caê daquele dia em diante, nunca mais saiu das minhas retinas.
Cativou a mim, pela hombridade, humildade e talento.
E todo música que faz reflete a luz com que me cativou, e oxalá fará com muita gente!
Salve Caê!
Salve Qualidade!
Parabéns Pessoa
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Certas coisas que ouço...
domingo, 12 de junho de 2011
Têm certas coisas que não cabem em nomes.
E a letra já diz tudo!
Elaborando
sábado, 11 de junho de 2011
Não sei, enquanto elas discutem eu faço poesia.