A bela menina da Régis

sábado, 2 de julho de 2011

Das mais belas estradas do meu país

Viajo na tortuosa e esburacada Régis Bittencourt

Ah ! Não é a toa que te chamam de morte

Maldita seja, que não me deixa ler nem ver


E a poesia aqui ? Sai mais torta que quando a estrada é reta

É, pois minha poesia não é das mais retas

E a maldita Régis, maldita seja ! Atrapalha mais !

A moderna pena mal encosta no papel

E lá vem buraco ! Malditos sejam os buracos !


Mas que ideia incrível esta minha

Escrever poesia no assento de um ônibus

Ah ! Meu caro leitor, não sabe o que é passear pela serra

Mas não me refiro ao passeio de chão não !

Me refiro ao passeio de versos que essa mata esconde

Passeios trilhados, magníficos e desgraçados

Onde somente o poeta é capaz de andar !


As pessoas da minha carruagem são quietas

Com exceção da linda criança que aos prantos chora

Criatura mais bela a criança, ingênua e sábia !

Diria que de todas as crianças nascem poesias

Mas seria dizer demais sobre algo que, de decifrar, sou incapaz...


Mais cedo disse a um grande amigo meu

Que clima melhor não há, que o frio da mata para ler um bom livro

É...gostaria de achá-lo agora para completar meu dizer

Pois clima melhor não há, que o frio da mata para escrever poesia


Meu ônibus saiu da serra e agora adentra às pequenas cidades do Vale

Ah ! Só lembranças me trazem essas cidades do Rio Ribeira

Saudades de quando fui criança como a bela menina que insiste a chorar

Naquela época não escrevia poesia

Mas posso dizer que minha mente, ingênua e sábia de criança

Fora capaz de produzir sorriso nas faces de mil e um poetas


Sei disso, pois a minha face não é outra que um belo sorriso

Quando escuto a linda menina chorar

Ela sabe que gosto dela, mas esconde o seu saber

Na inocência da idade


É...


No final das contas a Régis não é tão maldita

A Régis de hoje me apresentou um caminho tortuoso

Cheio de poesia, lembranças e uma linda criança

Não sei o nome dela, e sei que ela jamais lembrará de mim

Mas eu sei, que por toda minha vida

Dela hei de lembrar

E quando eu chorar

Vou querer sempre recordar

Daquela infância de algum tempo atrás

Quando eu era poeta e um pouquinho mais.

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